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quinta-feira, janeiro 29, 2004

Esta é po Paulão:

Japão – O milagre falhado?

Ao analisar os documentos propostos, posso começar por fazer notar que este assunto sobre este tão avançado país, é um muito vasto e muito complexo para se debater.
Aspectos como a falência do ensino oficial podem fazer-nos pôr um pé atrás na nossa consideração por este país. Contudo não nos devemos esquecer que apesar de este encontrar-se em potencial colapso não deixa de ser um ensino educacional poderoso e rígido. Talvez até demais, por no Japão encontramos a mais alta taxa de suicídios de estudantes, devido à pressão que estes jovens sentem. Os que têm mais possibilidades, tal como referido no texto, frequentam escolas privadas, juku, nas quais pretendem uma maior e melhor formação escolar.
Directamente relacionado com este tema temos o desemprego. Para o japonês o trabalho é uma parte importante do ser humano, estando o mesmo intrinsecamente relacionado com o conceito de família. Se antes, quando o japonês concluía os seus estudos, conseguia rapidamente arranjar um emprego, nos dias de hoje, a realidade já não é tão precisa quanto isso: grande percentagem de trabalhadores não consegue emprego e, tal como é mencionado no texto, muitos precisam de ajuda psiquiatra para conseguir ultrapassar este sentimento de falhanço. Já só nestes dois factores já conseguimos notar algumas diferentes da cultura deste país para a cultura ocidental.
Mas, apesar do que fora atrás escrito, é aqui que este povo se começa a aproximar de nós. O desemprego, tem várias causas, tais como a deslocalização das empresas. Este é um fenómeno tipicamente ocidental, que, sob um ponto de vista mais abrangente, já provém deste os tempo das colónias e dos descobrimentos, pois, em certas situações, é mais barato ir buscar produtos ao exterior do que produzi-los no sítio onde se vive. Assim, acrescido também ao facto de agora os japoneses não consumirem exclusivamente produtos nacionais, a deslocalização das empresas permitiu uma maior abertura à aldeia global. E foi precisamente com esta aldeia que fez com que a Internet entrasse no quotidiano dos japoneses. Assim, ainda um maior número de empresas japonesas também se moveu para fora deste país, contribuindo desta forma para um maior número de desempregados.
A nova geração japonesa, já não tem como lema “Trabalho! Trabalho! Trabalho!”, como os seus pais e avós possuíam e orgulhavam-se. Esta nova geração aberta às novas comunicações, transportes e, inevitavelmente,
à globalização é mais desleixada e já não é tanto inflexível quanto as gerações anteriores referidas. Isto fez com que o seu país não continuasse contemporaneamente com o mesmo de ritmo de corrida com os outros países, com que antes competia. As contra-culturas, diferentes maneiras de pensar, inúmeros modos de divertimento e outros factores atingiram o Japão, tal como tinha acontecido com o resto do mundo
As gerações anteriores ficam perplexas com o actual estado do seu país, perante as situações de desemprego, falência de empresas e estagnação de fábricas de pequenas vilas, que sustentavam o desenvolvimento das referidas. As situações de bancarrota são cada vez mais frequentes e, desta forma, a situação de crescimento das fábricas, relativamente à contratação de empregados, tende a desaparecer e o restringimento de pessoal toma a nova ordem. Perante esta situação, só as empresas mais fortes sobreviverão.
Perante esta “crise” (se é que podemos conotar esta situação como tal), pessoas, contra-culturas, elites, movimentos, sindicatos, e, principalmente, partidos políticos procuram novas soluções, que permitam ao Japão voltar ao terreno de corrida novamente. E esta situação compreende-se pois, tal como o velho provérbio popular diz “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e o Japão não pode ficar aquém dos outros países. Muito pelo contrário! Este tem que se abrir ao mercado mundial, mudar a sua estratégia e actualizar o povo quanto às novas formas de relacionamento e negócios. A conjuntura dos anos 70, que fez com que o Japão se desenvolvesse rapidamente, não pode funcionar nos dias de hoje, e isso é compreensível, pois o conjunto de circunstâncias muito mudou desde então.
Ao analisarmos gráficos como os que apresentados no documento 10, compreendemos que os valores da Bolsa de Tóquio desceram, assim como o preço dos imóveis, em seis grandes cidades. O défice de confiança dos cidadãos japoneses aumentou e as novas gerações já não seguem os padrões estabelecidos pela sociedade.
O que podemos concluir perante este cenário? Será que Japão teve o seu milagre falhado? Esta interrogação terá de ser analisada de várias formas, de forma a não obtermos uma resposta contundente. Do aspecto económico, não podemos condenar o Japão, pois embora este esteja a ter alguns problemas neste sector, de momento, estes são um pouco relativos, pois o país mencionado continua a ser umas das grandes potências mundiais e este tem problemas ao seu nível. Alegrar-nos-ia termos problemas desses, pois significaria que seríamos um país economicamente organizado, o que, na verdade, não o somos e estamos muito longe disso… Agora a grande falha que encontro neste sociedade e que condeno profundamente é o seu aspecto social! Os japoneses pressionam muito os jovens nos seus estudos, e o resultado disso é a maior taxa de suicídios por criança em todo o mundo, devido a não conseguirem acompanhar o sistema educacional e os colegas. Isto é uma situação impensável, na entrada do século XXI. Os nossos sistemas e formas de governo deveriam ser eficientes de modo a poder equilibrar os pratos da balança das secções das actividades económicas e humanas. E aí considero que o Japão falhou, pois, tal como já mencionei, a sociedade contemporânea não deveria assimilar à sua forma de viver a lei da “selecção natural”, pois isso resulta num modo de vida frio e cruel em que apenas os mais fortes e os que têm mais condições para isso sobreviverão… Literalmente! No entanto, não posso deixar de mencionar e demonstrar o meu agrado pela rápida evolução e crescimento do Japão que, em poucos anos, ultrapassou vários países no desenvolvimento, e esse é um aspecto muito importante a salientar.





Paulo Lemos
Nº 23 TªI 12º Ano

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